Nesta quarta-feira, 10h, nas ruas de Iguatemi, aconteceu a primeira manifestação popular contra os estudos que visam futuras demarcações de terra para a implantação de aldeias indígenas em 26 municípios de Mato Grosso do Sul. O movimento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatemi, com o apoio do Sindicato Rural.

Centenas de manifestantes, oriundos dos três assentamentos rurais (Rancho Loma, Colorado e Nossa Senhora Auxiliadora) e dos quatro acampamentos de sem-terra (ligados à Federação dos Trabalhadores Rurais – Fetagri) fizeram uma passeata pelas principais avenidas da cidade e rumaram em direção à porta da Prefeitura, onde foram recebidos pelo prefeito José Roberto Arcoverde (PSDB).

Em um palanque improvisado sobre uma caminhonete, o prefeito disse que a sociedade de Iguatemi é contra a implantação de aldeia no município, porque pode inviabilizar a municipalidade. Ele disse que os comerciantes estão com receio de que haja menor movimento em seus estabelecimentos e afirma que a cidade e a área rural já estão enfrentando o problema da desvalorização dos imóveis.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais – Varico de Paula afirmou que é necessário que as forças dos acampados e assentados sejam unidas com as dos comerciantes e de todos os segmentos da sociedade iguatemiense, que são contra as demarcações, para que a força do povo e a opinião pública seja demonstrada para sensibilizar as autoridades.

Ao lado do presidente da Câmara Municipal – Jesus Milani de Santana (PTB), de Varico e do presidente do Sindicato Rural – Marcio Margatto, Zé Roberto disse que “antes de resolver o problema fundiário que está sendo criado, é preciso resolver o problema da viabilização dos novos assentamentos do Estado”, que segundo ele, precisam ser consolidados.