Na semana internacional da mulher, aconteceu no assentamento nossa senhora auxiliadora, distante 75 quilômetros da sede urbana de Iguatemi, uma reunião onde estiveram presentes dezenas de mulheres agricultoras daquele local.

Esta mesma reunião aconteceu nos outros assentamentos, como no Colorado e Rancho Loma, onde, a fisioterapeuta Deniele Sorgatto também palestrou sobre cuidados com o corpo e a saúde.

A médica veterinária da AGRAER local – Chaiana Schãffer Schroder falou com as mulheres sobre um assunto muito importante e delicado que é a Cisticercose.

É uma doença causada pelas larvas de Taenia solium e Taenia saginata, que se localizam nos músculos dos suínos, bovinos e outros animais e até dos humanos. O homem é hospedeiro definitivo da Taenia solium e, em geral, alberga no intestino um único parasito adulto. Esse parasito libera segmentos do corpo chamados proglotes que, quando estão totalmente desenvolvidos, contêm cerca de 40.000 ovos e são chamados de proglotes grávidos. No caso da Taenia solium, os proglotes são expelidos com as fezes, ao passo que os proglotes da Taenia saginata têm movimentos próprios e podem sair espontaneamente. O suíno se infecta ingerindo fezes humanas contendo os proglotes ou bebendo água contaminada com fezes humanas contendo os ovos liberados dos proglotes. Uma vez no intestino do animal, as larvas são liberadas migrando para os tecidos musculares, onde se fixam formando a conhecida “pipoca”. O homem é infectado pela cisticercose ao ingerir água, verduras e frutas contaminadas por fezes humanas contendo ovos de Taenia. O homem ingere os ovos da solitária, que podem estar em legumes e verduras mal lavados, frutas experimentadas no supermercado ou na feira e até mesmo em sanduíches "naturais" feitos sem higiene adequada. Esses produtos "in natura" são contaminados quando entram em contato com dejetos humanos de alguém que possui solitária. Geralmente, isso acontece nos locais de origem dos alimentos.

A veterinária Chaiana explicou que para as mulheres que trabalham e vivem da produção rural tem uma maior vulnerabilidade devido ao consumo de animais criados nas suas propriedades. “Nós orientamos as mulheres para que elas possam consumir com segurança e de uma forma saudável. Também são elas que produzem o alimento consumido por suas famílias e com uma boa orientação podem se evitar a contaminação destes alimentos” explicou Schroder.