A paróquia Imaculada Conceição, de Iguatemi, acordou mais triste no último domingo (11/12). No sábado, às 15h, falecia, no Hospital Evangélico de Dourados, uma das pessoas mais queridas e amadas daquela cidade.
Um “velhinho” de quase 86 anos, que tinha alguns costumes peculiares como: desfiar o rosário diariamente, ouvir, incansavelmente, os penitentes em confissão, batizar, celebrar casamentos, ungir enfermos, e, principalmente, celebrar a Eucaristia diariamente.
Esse “velhinho”, chamava-se Padre Albertino Augusto Tomé, português de Azêvo, nascido aos dois dias do mês de fevereiro de 1920. Vocacionado ao sacerdócio, ingressa na Sociedade Missionária da Boa Nova em 01/10/1935, sendo ordenado sacerdote em 08/08/1948. Três anos depois, partia em missão para Moçambique, lá trabalhando por 10 anos seguidos, sem férias. Durante sua vida missionária, na África e em Portugal, exerceu diversas funções, inclusive a sublime missão de ensinar.
Em 1980, com 60 anos, idade em que muitos já querem aposentar-se, Pe. Albertino vem em missão para o Brasil, chegando a Iguatemi em março daquele ano. Nessa cidade, ao lado do pároco, Pe. João Evangelista Rocha Catarino, Pe. Albertino dedicou-se inteiramente à comunidade. Com pequenas interrupções para atender as paróquias de Sete Quedas, Tacuru e Dourados, ele consumiu-se de amor por aquela comunidade durante os quase 26 anos ali permanecidos.
DESPEDIDA
Ao voltar para a Casa do Pai, Pe. Albertino deixou muita dor no coração de sua família iguatemiense, mas dor de alegria, de amor, de gratidão a Deus por tão importante criatura. A comunidade prestou-lhe a mais linda homenagem que Iguatemi já vivenciou, que foi a presença maciça dos fiéis em sua despedida. A última missa, celebrada às 17h do domingo pelo Pe. Gregórius de Naviraí, enviado do bispo diocesano, e concelebrada por outros seis sacerdotes, deixou a igreja matriz, bem como a praça da mesma, completamente lotada. Estima-se em cerca de 2500 pessoas a dar-lhe o último adeus.
No olhar dos fiéis, um misto de dor, tristeza e, ao mesmo tempo, agradecimento por terem tido o privilégio de conviver com ele. Nas palavras do superior da congregação no Brasil, Pe. Francisco Mayor Sequeira, “a missa e o cortejo fúnebre foram uma apoteose de agradecimento a Deus pela vida e testemunho de humildade, sinceridade e dedicação à comunidade.”