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Encontro discutiu impactos da possível criação de área indígena em Iguatemi.


Publicado em: 17/01/2013 09:53
Fonte/Agência: Gianni Vieira/ASCOM
Encontro discutiu impactos da possível criação de área indígena em Iguatemi.

Na noite desta terça feira, 15, aconteceu uma reunião aberta no plenário da Câmara Municipal de Iguatemi a convite da Associação Comercial e Industrial de Iguatemi, na pessoa de seu presidente Edmilson Domingues, para esclarecer a atual situação e possíveis impactos que os estudos antropológicos realizados pela FUNAI na questão de demarcação de terras indígenas causam a cidade de Iguatemi.

Esta reunião contou com a presença das advogadas Roseli Maria Ruiz e Luana Ruiz Silva que são pós-graduadas em antropologia, mestras em direito constitucional e pós-graduadas em arqueologia. Ambas acompanham o processo de demarcação no extremo sul do estado e apresentaram o mapa das terras demarcadas em Iguatemi,Tacurú e Amambai. Somente em Iguatemi a área demarcada representa 14% do território do município, ou seja, 41,5 mil hectares, e através de vídeos apresentaram os impactos sócio, econômicos e culturais da demarcação e criação da Reserva Raposa Serra do Sol no estado de Roraima.

Em Roraima a criação da reserva não garantiu aos índios uma melhora na qualidade de vida, pelo contrário, nos lixões da capital Boa Vista é fácil identificar índios tentando sobreviver com a coleta de materiais recicláveis.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Hilário Parise, os fazendeiros contestam o estudo da FUNAI levando em conta o marco temporal que fixa a data de 05 de outubro de 1988 como limite para reconhecimento de um determinado espaço geográfico por qualquer etnia, mas caso chegue a ser reconhecida a área como indígena, eles vão lutar para receber além do valor de mercado da terra também pelas benfeitorias feitas, que em alguns casos chegam a 10% do valor da propriedade. Ele lembrou ainda que os fazendeiros são os legítimos donos destas terras, pois as adquiriram diretamente da união ou de ex-proprietários que as adquiriram da união e tem suas matrículas registradas antes mesmo da constituição de 1988.

O presidente da câmara de vereadores, Jesus Milane de Santana, falou das incertezas sobre o impacto econômico que a possível criação de áreas indígenas em Iguatemi causaria, e propôs uma audiência pública para debater com a população esta questão.

Já o prefeito Zé Roberto, clamou por união de todas as classes e entidades organizadas da sociedade iguatemiense para lutar pelo que for melhor para acidade. E disse ainda que, caso venha a ser criada uma reserva indígena em Iguatemi, que os fazendeiros sejam indenizados de forma plena por cada propriedade.

Para o presidente da ACINI, Edmilson Domingues, os comerciantes precisam se inteirar desse processo, pois todos de alguma forma serão afetados por mudanças caso o estudo da FUNAI seja homologado.

Todos foram unânimes em afirmar que são a favor de políticas que resgatem a dignidade do povo indígena e da preservação de suas culturas, mas temem que a exemplo da Reserva Raposa Serra do Sol, mais terras para os índios não signifiquem garantia dessa dignidade.

Outros eventos como este acontecerão em Iguatemi, para colocar a população a par do processo que, caso vire uma realidade, será sentido por toda a população de Iguatemi.